As Testemunhas de Jeová formam um movimento religioso cristão que se destaca por suas doutrinas peculiares, sua estrutura organizacional global e sua prática de pregação de porta em porta. Abaixo, está um relato detalhado sobre sua origem e evolução, com base nos fundadores e eventos históricos principais.
Charles Taze Russell é considerado o fundador do movimento que mais tarde se tornou como Testemunhas de Jeová. Ele nasceu em 16 de fevereiro de 1852, em Pittsburgh, Pensilvânia, nos Estados Unidos.
Primeiros anos:
Russell cresceu em uma família presbiteriana, mas, na juventude, passou a frequentar uma igreja congregacional. Em sua busca por respostas espirituais, foi influenciada pelas ideias adventistas, especialmente sobre a segunda vinda de Cristo. Contudo, aos 18 anos, ele abandonou essas roupas, acusando-as de terem se desviado da “verdadeira fé”.
Início do movimento:
Em 1872, Russell iniciou uma condução de pequenos estudos bíblicos com um grupo de seguidores. Ele acreditava que muitas doutrinas tradicionais, como o inferno eterno e a Trindade, estavam erradas. Em 1879, ele começou a publicar a revista Zion’s Watch Tower and Herald of Christ’s Presence ( A Torre de Vigia de Sião e Arauto da Presença de Cristo ), que se tornou o principal veículo de suas ideias.
Fundação da Sociedade Torre de Vigia:
Em 1881, Russell fundou oficialmente a Zion’s Watch Tower Tract Society , que foi fundada em 1884. Ele usou essa organização para publicar livros, panfletos e outros materiais que disseminavam suas interpretações das Escrituras.
Morte de Russell:
Charles Taze Russell morreu em 31 de outubro de 1916, em um trem no Texas, devido a complicações de saúde (cistite e problemas cardíacos). Ele deixou um legado significativo, mas a organização passou por mudanças após sua morte.
Após a morte de Russell, a liderança do movimento foi assumida por Joseph Franklin Rutherford, que trouxe grandes mudanças organizacionais e teológicas.
Eleição como presidente:
Rutherford foi eleito presidente da Sociedade Torre de Vigia em 6 de janeiro de 1917. Ele era advogado e havia atuado como juiz auxiliar no estado do Missouri.
Reformas e expansão:
Sob a liderança de Rutherford, o movimento passou por uma reorganização significativa. Ele práticas práticas como a pregação de porta em porta e centralizou a autoridade na organização. Ele também começou a promover a ideia de que todas as outras religiões eram parte da “Babilônia, a Grande” e estavam em oposição a Deus.
Adotando o nome “Testemunhas de Jeová”:
Em 26 de julho de 1931, durante uma convenção em Columbus, Ohio, o movimento apresentou oficialmente o nome Testemunhas de Jeová . O nome foi baseado em Isaías 43:10-12:
“Vós sois as minhas testemunhas, diz Jeová.“
Morte de Rutherford:
Joseph Rutherford morreu em 8 de janeiro de 1942, aos 72 anos. Durante sua liderança, ele consolidou uma identidade distinta do movimento.
Após a morte de Rutherford, Nathan Homer Knorr foi eleito presidente da Sociedade Torre de Vigia em 13 de janeiro de 1942.
Início no movimento:
Knorr começou a frequentar o movimento aos 16 anos de idade e dedicou sua vida à organização. Ele trouxe uma abordagem mais profissional e estruturada para a expansão global das Testemunhas de Jeová.
Educação missionária:
Sob sua liderança, foi criada a Escola Bíblica de Gileade em 1943, para treinar missões e pregadores. Ele também supervisionou a tradução da Bíblia para o que hoje é conhecida como a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas , lançada pela primeira vez em 1950.
Expansão global:
Durante a presidência de Knorr, a organização cresceu significativamente, espalhando suas opiniões para grandes quantidades de países e aumentando a produção de materiais religiosos em vários idiomas.
Morte de Knorr:
Knorr faleceu em 8 de junho de 1977, mas deixou um movimento altamente organizado e internacionalizado.
Um dos traços distintivos da história das Testemunhas de Jeová foram suas variações sobre a segunda vinda de Cristo e eventos apocalípticos. Algumas das mais notáveis incluem:
Desde o início, as Testemunhas de Jeová enfatizaram a importância de:
Testemunha de Jeová:
“Deus é Jeová, uma única pessoa, e Jesus é Seu Filho, criado como o primeiro ser espiritual. Ele é subordinado a Jeová. Não aceitamos a doutrina da Trindade, pois ela não é ensinada na Bíblia. Por exemplo, em João 14:28, Jesus disse: ‘O Pai é maior do que eu’. Isso deixa claro que Jesus não é igual a Deus.”
Evangélico:
“Respeito sua posição, mas a Bíblia ensina que Jesus é igual ao Pai em essência. Em João 1:1 está escrito: ‘No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.’ Além disso, Filipenses 2:6 diz que Jesus, ‘subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus’ A Trindade não é uma contradição, mas a revelação de um Deus único em três pessoas: Pai, Filho. e Espírito Santo.”
Réplica (Testemunha de Jeová):
“João 1:1 na Tradução do Novo Mundo diz que ‘o Verbo era um deus’, descer que Jesus é uma divisão menor, mas não o Deus Todo-Poderoso. Quanto a Filipenses 2:6, A ideia é que Jesus não tentou tomar o lugar de Deus. Se Ele fosse igual a Deus, não precisaria se submeter ao Pai.
Tréplica (Evangélico):
“A Tradução do Novo Mundo não reflete o original grego de João 1:1, onde a construção gramatical identifica Jesus como Deus. Filipenses 2:6 não nega a transparência de Cristo; pelo contrário, mostra Sua humildade. Além disso disso, em Colossenses 2:9, Paulo declara que ‘em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da realização’ Jesus é plenamente Deus e plenamente homem.”
Testemunha de Jeová:
“Jesus não é Deus, mas a primeira criação de Jeová, identificado como o arcanjo Miguel. Colossenses 1:15 diz que Ele é ‘o primogênito de toda criação’. Isso demonstra que Jesus é o primeiro ser criado por Deus .”
Evangélico:
“Jesus não é uma criação; Ele é o Criador. Em Colossenses 1:16, está escrito que ‘todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele’, o que só pode ser verdade para Deus. O termo ‘primogênito’ significa posição de supremacia, não criação. Além disso, em Hebreus 1:6, os anjos são instruídos a adorar-Lo, algo que só Deus merece.”
Réplica (Testemunha de Jeová):
“Colossenses 1:16 na Tradução do Novo Mundo afirma que Jesus criou ‘todas as outras coisas’, mostrando que Ele mesmo foi criado primeiro. Quanto à motivação, Hebreus 1:6 refere-se a um respeito especial, não à inspiração como a Deus.”
Tréplica (Evangélico):
“A palavra ‘outras’ em Colossenses 1:16 não aparece nos manuscritos gregos originais; foi inserida na sua tradução. Além disso, Hebreus 1:8 afirma claramente: ‘O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre’, referindo-se a Cristo Ele é adorado porque é Deus.”
Testemunha de Jeová:
“A conveniência é possível apenas por meio da organização de Jeová. É preciso fé em Jesus, mas também obediência às obras, como pregar e viver segundo os padrões de Jeová. Tiago 2:26 diz que ‘a fé sem obras está morto’.”
Evangélico:
“A salvação não depende de pertencer a uma organização ou de obras, mas é um presente de Deus pela graça, através da fé, conforme Efésios 2:8-9. As obras são um fruto da salvação, não a causa dela. “
Réplica (Testemunha de Jeová):
“Mas Jesus disse em Mateus 24:13 que ‘aquele que tiver perseverado até o fim é o que será salvo’. A perseverança e as boas obras são fáceis para manter a salvação.”
Tréplica (Evangélico):
“Mateus 24:13 fala sobre perseverança na fé em tempos difíceis, não sobre ganhar a salvação por obras. A salvação é totalmente garantida em Cristo, como João 10:28 diz: ‘Dou-lhes a vida eterna, e jamais perecerão’. As boas obras são resultado de uma vida transformada pela graça.”
Testemunha de Jeová:
“Usamos a Tradução do Novo Mundo porque ela corrige erros das traduções tradicionais, como João 1:1 e Colossenses 1:16. Ela reflete o verdadeiro significado das Escrituras.”
Evangélico:
“A Tradução do Novo Mundo altera textos-chave para se alinhar às doutrinas das Testemunhas de Jeová. Por exemplo, em João 1:1, traduz ‘era um deus’, enquanto todas as traduções confiáveis dizem ‘era Deus’. Isso muda completamente o significado.”
Réplica (Testemunha de Jeová):
“Outras traduções acrescentam ideias como a Trindade, que não é bíblica. A Tradução do Novo Mundo é precisa e baseada no texto original.”
Tréplica (Evangélico):
“As traduções tradicionais, como a Almeida e a NVI, seguem o texto original grego. Alterar passagens-chave para apoiar ponto específico, como em João 1:1, é um problema sério. O original grego é claro ao identificar Jesus como Deus.”
Testemunha de Jeová:
“Não acreditamos em um inferno de tormento eterno. Eclesiastes 9:5 diz: ‘Os mortos não sabem coisa nenhuma’. O inferno é simplesmente a sepultura comum da humanidade.”
Evangélico:
“O inferno é um lugar real de separação eterna de Deus, como Jesus descreveu em Mateus 25:46: ‘Estes irão para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna.’ A palavra ‘eterno’ é usada tanto para o castigo quanto para a vida, mostrando sua duração.”
Réplica (Testemunha de Jeová):
“Mateus 25:46 refere-se à destruição eterna, não a tormento consciente. Deus é amoroso e justo, e um tormento eterno seria incompatível com Seu caráter.”
Tréplica (Evangélico):
“Em Apocalipse 20:10, lemos que o diabo, a besta e o falso profeta serão atormentados ‘dia e noite pelos séculos dos séculos’. Isso não é destruição, mas um estado contínuo. O inferno é real e sério , mas Deus oferece salvação em Cristo para aqueles que creem.”
Testemunha de Jeová:
“Acreditamos que a alma não é uma entidade separada do corpo, mas é a própria pessoa como um todo. Quando alguém morre, a alma deixa de existir até a ressurreição. Eclesiastes 9:5 afirma: ‘mas os mortos não sabem coisa nenhuma'”
Evangélico:
“A Bíblia ensina que a alma é imortal e que ela continua existindo após a morte. Por exemplo, em Lucas 16:22-23, Jesus relata a história do rico e Lázaro, mostrando que, após a morte, ambos eram conscientes em estados diferentes. Além disso, em 2 Coríntios 5:8, Paulo diz que, ao estarmos ausentes do corpo, estaremos presentes com o Senhor.”
Réplica (Testemunha de Jeová):
“Lucas 16:22-23 é uma parábola e não deve ser interpretada literalmente. Além disso, 2 Coríntios 5:8 refere-se à esperança na ressurreição, não à existência consciente logo após a morte. A Bíblia consistentemente ensina que os mortos são inconscientes.”
Tréplica (Evangélico):
“Ainda que Lucas 16 fosse – coisa que não é – uma parábola, Jesus usa elementos reais para ensinar verdades espirituais. Além disso, Apocalipse 6:9-10 mostra as almas dos mártires clamando a Deus, demonstrando consciência após a morte. A alma não deixa de existir ela aguarda a reunião para a reunião com o corpo.”
Testemunha de Jeová:
“Não celebramos aniversários, Natal ou outras festividades porque não têm muitas origens sagradas e não são mencionadas na Bíblia. Jesus nunca celebrou Seu aniversário, e as Escrituras não instruem a observar esses dados.”
Evangélico:
“Embora a Bíblia não ordene essas celebrações, elas são oportunidades para glorificar a Deus. O nascimento de Jesus é central para a nossa fé, e celebrá-lo no Natal é uma forma de lembrar Sua encarnação. Em Romanos 14:5- 6, Paulo ensina que cada um pode considerar certos dias especiais para o Senhor, desde que seja feito com boa consciência.”
Réplica (Testemunha de Jeová):
“As celebrações como o Natal e aniversários têm raízes em práticas pagãs e não honram a Deus. O cristianismo verdadeiro deve se salvar de qualquer coisa que tenha associações com a idolatria, como dito em 1 Coríntios 10:21 : ‘Vocês não podem participar da mesa do Senhor e da mesa dos demônios.'”
Tréplica (Evangélico):
“A origem histórica de uma celebração não determina seu significado atual. Celebrar o nascimento de Cristo é uma maneira de glorificar a Deus hoje, assim como podemos usar a música ou outras formas de entusiasmo com novos significados. O importante é a intenção e a glorificação de Deus, como Paulo escreveu em 1 Coríntios 10:31: ‘Quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.'”
Testemunha de Jeová:
“Somos neutros em questões políticas e não participamos de guerras ou celebrações nacionais. Jesus disse em João 18:36: ‘Meu reino não é deste mundo.’ Permanecer neutros nos mantém separados das influências do mundo.”
Evangélico:
“Embora reconheçamos que o Reino de Deus não é deste mundo, a Bíblia não proíbe o envolvimento na política ou no serviço militar. Romanos 13:1-7 ensina que as autoridades governamentais são instituídas por Deus, e os cristãos devem respeitá- las. Também podemos influenciar positivamente a sociedade, como sal e luz no mundo (Mateus 5:13-16).”
Réplica (Testemunha de Jeová):
“Ser parte de sistemas políticos ou participar de guerras nos coloca em conflito com a lealdade exclusiva a Jeová. Apocalipse 18:4 nos ordena a ‘sair dela’, referindo-se à Babilônia, a Grande, que inclui os governos e as religiões falsas.”
Tréplica (Evangélico):
“Estar envolvido na política ou no governo não significa idolatria ou infidelidade a Deus. Daniel serviu no governo babilônico sem comprometer sua fé (Daniel 6). Devemos estar no mundo, mas não sermos conformados com ele (João 17: 15-16). Nossa lealdade principal é a Deus, mas podemos atuar em posições que promovam a justiça e o bem comum.”
Testemunha de Jeová:
“Jesus não morreu em uma cruz, mas em uma estaca. A cruz tem origem legítima e se tornou um símbolo de idolatria. Devemos nos afastar de qualquer prática ou objeto que promova a idolatria, conforme 1 Coríntios 10:14.”
Evangélico:
“A cruz não é idolatria, mas um símbolo central do cristianismo, representando o sacrifício de Jesus pelos nossos pecados. Paulo afirmou em 1 Coríntios 1:18: ‘Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus.'”
Réplica (Testemunha de Jeová):
“A palavra grega ‘stauros’, usada no Novo Testamento, significa estaca ou poste reto. Não há evidência de que Jesus tenha morrido em uma cruz. Além disso, usar a cruz como símbolo é desnecessário, pois Deus não aprova imagens para inspirar.”
Tréplica (Evangélico):
“Embora ‘stauros’ pode significar estaca, também foi usado para descrever cruzes com traves horizontais, comuns na crucificação romana. A cruz não é adorada, mas serve como um lembrete do que Cristo fez por nós. É um símbolo de salvação e vitória sobre o pecado e a morte.”
Testemunha de Jeová:
“Jeová dirige sua organização na Terra por meio do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová. Apenas essa organização tem a interpretação correta das Escrituras e o direito de ensinar a verdade de Deus. Mateus 24:45-47 fala sobre o ‘escravo fiel e discreto’ que alimenta os servos de Deus no tempo do fim.”
Evangélico:
“A autoridade para interpretar as Escrituras é na própria Palavra de Deus, não em uma organização. 2 Timóteo 3:16-17 afirma que ‘toda a Escritura é inspirada por Deus’ e é suficiente para ensinar e corrigir. Os crentes são inspirados por Deus” guiados pelo Espírito Santo, não por um corpo governante.”
Réplica (Testemunha de Jeová):
“Sem uma organização centralizada, há confusão e divisões. O Corpo Governante é o ‘escravo fiel e discreto’ que Jesus atribui, responsável por alimentar o povo de Deus espiritualmente nos últimos dias.”
Tréplica (Evangélico):
“A Igreja de Cristo é composta por todos os crentes, e Jesus é a única Cabeça (Colossenses 1:18). A divisão ocorre quando as pessoas colocam tradições humanas acima das Escrituras. A Bíblia é suficiente para guiar os cristãos , sem necessidade de uma autoridade humana centralizada.”
Testemunhas de Jeová afirmam que Jesus não foi crucificado, e sim posto numa estaca… ver: Tema 9.