A Congregação Cristã no Brasil (CCB) é uma denominação que desperta opiniões divergentes: para alguns, trata-se de uma seita; para outros, um movimento cristão contraditório. À primeira vista, o CCB apresenta semelhanças com outras igrejas cristãs, como o uso da Bíblia, a utilização de hinos próprios e um credo doutrinário. No entanto, características particulares diferenciam a denominação, como seus usos e costumes específicos nas vestimentas e uma abordagem restritiva à interpretação das Escrituras, desestimulando o estudo bíblico sistemático.
Embora a Bíblia seja considerada como regra de fé e prática, muitas de suas doutrinas são fundamentadas em interpretações isoladas de versículos, muitas vezes descontextualizadas, ou que geram críticas por parte de outras tradições cristãs. Além disso, o CCB tende a adotar uma visão exclusivista da salvação, onde grande parte de seus membros acredita que apenas aqueles que pertencem à denominação estão em conformidade com a verdadeira fé, enquanto os demais cristãos modernos são vistas como seitas.
Com uma combinação de elementos tradicionais, práticas exclusivistas e um zelo notável pelo estímulo, o CCB permanece como uma das maiores denominações pentecostais do Brasil, mas continua sendo alvo de debates teológicos e questionamentos sobre sua postura doutrinária e relação com outras igrejas cristãs.
A Congregação Cristã no Brasil (CCB) é uma das mais antigas denominações pentecostais no Brasil, com uma história que remonta ao início do século XX. Fundada por Louis Francescon , um CCB nasceu de um movimento de fé, simplicidade e busca pela restauração dos princípios bíblicos no cristianismo. Francescon, nascido em 29 de março de 1866 , em Cavasso Nuovo , Itália, imigrado para os Estados Unidos , onde teve seu primeiro contato com o evangelho por meio da Igreja Valdense e, posteriormente, da Igreja Presbiteriana Italiana .
No entanto, ao estudar as Escrituras, Francescon concluiu que o batismo por aspersão praticado por essas igrejas não estava em conformidade com a Bíblia. Em busca de maior fidelidade à Palavra, ele aderiu ao movimento pentecostal liderado por William H. Durham , em Chicago, no ano de 1907 , onde teve uma experiência marcante com o batismo no Espírito Santo. Esse evento foi determinante para sua missão de proclamar o evangelho entre os imigrantes italianos.
Em 8 de março de 1910 , Francescon chegou ao Brasil acompanhado de Giacomo Lombardi . Começou seu trabalho missionário em São Paulo, pregando entre os imigrantes italianos. Reuniram um pequeno grupo de crentes que compartilhavam sua visão de fé, batismo por tradição, autonomia congregacional e simplicidade no culto. O movimento se estendeu rapidamente para o Paraná e outras regiões, atraindo membros de diversas denominações, como presbiterianos, batistas e metodistas , além de pessoas que não professavam fé religiosa.
A Congregação Cristã no Brasil foi fundada com base em princípios como a independência denominacional, a centralidade das Escrituras e a prática dos dons espirituais, como o falar em línguas e a cura divina. Francescon enfatizava a necessidade de uma vida simples e devota, direcionada exclusivamente à glória de Deus.
Embora o movimento tenha crescido significativamente ao longo dos anos, tornando-se uma das maiores denominações pentecostais do Brasil, algumas características exclusivistas se desenvolveram, distanciando-se em certos aspectos da visão original de Francescon. Práticas como a excluída ao ecumenismo e uma postura rófica em relação a outras denominações cristãs jovens do desejo inicial de promover a unidade entre os crentes.
Hoje, a Congregação Cristã no Brasil permanece como uma expressão significativa do pentecostalismo brasileiro, com milhões de membros e congregações em diversas partes do mundo. Sua história é um testemunho de fé, dedicação e influência de um homem que buscou obedecer à Palavra de Deus de forma incondicional.
Embora a Congregação Cristã no Brasil (CCB) afirme suas doutrinas fundamentalmente na Bíblia, algumas de suas práticas e consideram o desejo dos ensinamentos bíblicos, especialmente quando comprovados no contexto do cristianismo evangélico. Abaixo algumas doutrinas e costumes que levantam questionamentos:
Doutrina da CCB:
Muitos membros da CCB acreditam que apenas aqueles que pertencem à sua denominação serão salvos, desconsiderando outras igrejas cristãs como legítimas e frequentemente classificando-as como “seitas”.
Refutação Bíblica:
A Bíblia ensina que a salvação é oferecida a todos que creem em Jesus Cristo como Senhor e Salvador, independentemente de sua filiação denominacional:
Prática da CCB:
A CCB desencoraja o estudo bíblico sistemático, promovendo apenas a leitura “inspirada” da Bíblia durante os cultos e nas reuniões. Não há incentivo formal para a interpretação contextual e aprofundada das Escrituras.
Refutação Bíblica:
A Bíblia instrui os crentes a estudarem e examinarem as Escrituras de forma diligente:
Prática da CCB:
A CCB proíbe seus membros de participarem de seminários teológicos ou escolas bíblicas, alegando que o ensino espiritual deve vir diretamente de Deus por inspiração, sem a mediação de estudo acadêmico ou sistemático.
Refutação Bíblica:
A Bíblia valoriza o ensino, o aprendizado e a transmissão da Palavra de Deus por meio de mestres capacitados:
Prática da CCB:
A CCB utiliza exclusivamente uma versão antiga da Bíblia traduzida por João Ferreira de Almeida (edição de 1930), alegando que ela é a mais fiel. Outras traduções são desencorajadas ou consideradas inconvenientes.
Refutação Bíblica:
Embora seja válido ter preferência por uma tradução, a exclusividade limita o acesso à compreensão mais ampla do texto bíblico. A Bíblia foi escrita em hebraico, aramaico e grego, e as traduções modernas baseiam-se em estudos mais aprofundados dos textos originais:
Prática da CCB:
A CCB impõe códigos de vestimenta rígidos, especialmente para mulheres, proibindo o uso de calças, maquiagens, cortes de cabelo curtos e joias. Os homens também devem usar roupas formais durante os cultos. Essas práticas são vistas como projeções de santidade.
Refutação Bíblica:
A Bíblia ensina que a santidade não está na aparência externa, mas no coração e na obediência a Deus:
Prática da CCB:
Os membros da CCB são desencorajados ou proibidos de participar de eventos ou cultos em outras igrejas cristãs, mesmo que sejam evangélicos. Isso reflete o exclusivismo da denominação.
Refutação Bíblica:
A Bíblia incentiva a unidade do corpo de Cristo, confirmando que há um só Senhor e uma só fé:
Prática da CCB:
A CCB exige o rebatismo de qualquer pessoa que deseje se tornar membro da denominação, mesmo que tenha sido batizada em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo em outra igreja evangélica.
Refutação Bíblica:
A Bíblia ensina que há “um só batismo” (Efésios 4:5). Se o batismo foi realizado em nome da Trindade, ele é válido e não precisa ser repetido:
Prática da CCB:
A CCB rejeita a prática do dízimo, alegando que é uma imposição da Lei Mosaica e que os membros devem contribuir espontaneamente, conforme sua consciência.
Refutação Bíblica:
Embora a contribuição deva ser feita de forma voluntária, o dízimo é um princípio bíblico de apoio à obra de Deus: